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Eco-chic é consciencioso e sustentável

Introduzir a Natureza na decoração de interiores e valorizar conceitos ambientalmente conscienciosos e sustentáveis é bastante mais do que simplesmente levar plantas para dentro de casa, ou acarinhar um canteiro de ervas aromáticas na varanda, ainda que também passe por aí. Eco-chic é saber e optar por escolher materiais e formas de fazer que não comprometam a saúde do planeta e respeitem os ecossistemas, desde os materiais de construção aos têxteis com que se decora a casa. Perante a urgente necessidade de repensarmos as nossas práticas de produção e consumo, apresenta-se ainda como a estética mais sofisticada, inteligente e responsável. Eco-chic é a mais desejada e luxuosa forma de conceber, construir e decorar não apenas uma casa, como toda uma vida.

Soluções estruturais

O foco ambientalista e a preocupação com soluções ecológicas devem estar presentes antes mesmo de haver casa. Logo que nasce uma casa, ainda na mente do arquiteto ou do seu futuro habitante, ambos devem já ter em conta um projeto que, em todos os aspetos, se deve pintar de ‘verde’.

– Ventilação natural, varandas e sombreados permitem refrescar a casa no verão sem recurso ao ar condicionado;

– Paredes e vidros duplos que mantenham o interior alheio ao clima exterior;

– Isolamentos naturais como a lã de ovelha;

– Pedras e madeiras autóctones, que não necessitam de atravessar o oceano para chegar até nós;

– janelas que se rasgam do chão ao teto para que se atrase até ao limite a necessidade de acender as luzes, e qualquer estação do ano;

– Sistema de aproveitamento de águas pluviais para consumo doméstico;

– Energias limpas e renováveis;

– Sistema de compostagem de lixo orgânico;

– Telhados ajardinados…

Estas são algumas boas práticas a serem avaliadas ainda no papel. Ainda que podendo exigir um esforço financeiro inicial, revelar-se-ão económicas a curto prazo, mantendo mais limpas as consciências ecológicas e o planeta, ao mesmo tempo que resultam em casas mais inteligentes e confortáveis. No fundo, é olhar formas ancestrais de construir e replicar as metodologias de então, em tudo mais respeitadoras do meio ambiente e de toda a vida circundante. É ainda saber adaptar as necessidades de um projeto perante determinado clima e em função da família que nele habitará. Para ser bonito, o mármore não te de vir de Itália, nem as madeiras de serem exóticas.

Escolher com inteligência

Saber eleger materiais, investigar a sua origem e composição, preferir o local ao longínquo, o manual ao fabricado, o natural ao artificial. Barro e terracota, colmo e madeira, tintas ecológicas, azulejos artesanais, ráfia, algodão e outras fibras 100% naturais… Opções naturais e escolhas ecologicamente inteligentes não culminam apenas em cabanas de praia ou rústicos chalés de montanha. A traça moderna há muito que chama a si cadernos de encargos eco-sustentáveis, alérgicos a desperdício e a plásticos não recicláveis ou mesmo não reciclados. O receio de exceder orçamentos e o desejo de uma estética atual é por vezes impedimento de uma boa e racional avaliação das inúmeras opções ‘verdes’ que o mercado disponibiliza com vista a uma construção sustentável, o que se reflete igualmente no consumo energético de uma casa. Quanto mais verde, mais económica. Isso passa por opções tão simples como madeira certificada ou reciclada e matérias-primas 100% naturais.

Reusar e reciclar – Um eco lógico

É imperioso resistir ao impulso consumista de descartar seja o que for logo que deixa de funcionar, ou de servir. Um ímpeto que deve ser refreado de forma mais impetuosa no que toca à decoração. Tudo pode ser reparado, ou readaptado ou entregue a quem lhe saiba dar melhor uso ou mesmo novo uso. Pior ainda é quando se deita fora algo apenas porque já não é bonito, ou porque no mercado há mais bonito e atual, ou apenas porque deixámos de ‘engraçar’ com o design ou a cor. Uma camisola pode ser promovida a almofada, um frigorífico abandonado pode transformar-se numa muito cool sapateira, e até os quadros da casa da avó podem travestir-se de elegantes espelhos, já que as molduras antigas eram mesmo de madeira.

Por vezes, basta mudar a cor a um móvel, ou os puxadores e tudo ganha outra vida, conquistando atualidade e moldando-se melhor ao nosso gosto. Nós por cá, na Light It Be, por exemplo, um dia olhámos um monte de madeira empilhada para provável uso na lareira e tivemos a certeza de que era boa e bonita demais para acabar queimada, de que havia ali muita vida a ser explorada. Foi assim que nasceram os nossos candeeiros de madeira exclusivos, com forte vocação para o upcycling e comprometidos com práticas sustentáveis de produção. Uma forma de contribuir para uma economia circular, de desperdício zero.

Lançar olhares escrutinadores e luxuosos a pedaços de ‘lixo’ permite reaproveitamentos incríveis e resulta em peças únicas, exclusivamente pensadas e dedicadas a nós. Um tabuado ineficaz ou uma porta antiga de madeira maciça pode ser entregue aos cuidados de um talentoso marceneiro que a saberá transformar nos painéis dos armários da cozinha. Tudo isto tem um valor que lamentavelmente deixámos de apreciar, mas que não tem apenas ecos ecológicos, como se traduz em satisfação pessoal. Felizmente há um enorme apreço mundial por peças vintage, por mobiliário datado agora esteticamente reabilitado por conta da preocupação global com o futuro da Terra, enquanto planeta habitável. À boleia dessa reciclagem, mobiliário de alta qualidade e design com assinatura não acaba em aterros nem incineradoras e a decoração de interiores ganha caráter e assinatura pessoal.

Está nas mãos de todos

Mesmo quando o artesão é contratado e a mão que transforma se aluga, apenas a ideia de criar uma peça decorativa ou escultural com base numa ideia criativa que partiu de nós enche-nos de orgulho e satisfação pessoal. É o ego que se insufla. É o planeta que respira. Vamos recuperar estofadores que renovem os padrões dos nossos assentos e modistas que saibam reabilitar as nossas velhinhas calças de ganga em úteis aventais, ou transformar um lenço de seda numa saia ou vice-versa. Por vezes, basta dar um novo uso, atribuir uma nova função a uma peça antiga e só isso já a tornará mais atraente. Um balde de zinco velho é um romântico frapê. Quando associadas a uma mesa de design contemporâneo, as velhas cadeiras de madeira, talvez pintadas de preto, cinza ou verde-seco, podem continuar a cumprir a sua função, sem necessidade de reforma antecipada. O upcycling uma forte componente do estilo eco-chic e faz óbvio furor entre a comunidade interessada nos assuntos da decoração de interiores. O melhor de tudo é que a recuperação e o reaproveitamento não servem apenas propósitos ecológicos como resultam mais económicos, enquanto, simultaneamente, travam alguns excessos de consumo. Acresce ainda o facto de valorizarem o trabalho artesão, a manufatura e o fator proximidade.

Eco-chic não tem de ser rústico

Tetos de madeira e canas, como muitos de antigamente, ou paredes de bambu, não apenas são esteticamente apatecíveis e introduzem um toque natural a qualquer ambiente, como são revestimentos saudáveis e de uma enorme beleza, que podem bem substituir o betão e com isso poupar pedreiras que andem a consumir serras um pouco por todo o lado. Claraboias ajudam a reduzir o gasto de eletricidade. Manter a velha pedra das paredes de uma casa que se pretende recuperar, não implica que não se lhe dê, à casa, um toque absolutamente contemporâneo sem que perca o charme do tempo e da matéria-prima natural original. Assim, uma casa eco-chic pode ter vários pendores, do étnico ao campestre, do citadino ao urbano e tantos rostos quantos os das gentes por detrás de cada projeto. Aquilo que se mantém é o charme, a individualidade e a preocupação ecológica.

Tal como fazemos com a roupa, olhemos as etiquetas. Avaliemos de que são feitas as coisas, qual a sua origem, como são produzidas, que valores defendem. Optar pelo elegante tom natural de cada matéria-prima é um forte contributo ambiental, ou optar por aqueles que foram tingidos com pigmentos naturais e não químicos, já que os processos de tingimento industrial são uma séria ameaça ao ambiente. Muitos materiais de última geração e de acabamento e design ultramoderno são produzidos de forma sustentável e sem ofensas para o ambiente e vão enchendo já o mercado. Além dos sempre apetecíveis algodão, linho, juta, seda e cânhamo – uma paixão recente, já que o seu cultivo e transformação não implicam grande dispêndio de água e cuja textura é semelhante e tão agradável quanto o algodão e o linho –, pele reciclada ou vegetal, acrílicos eco-friendly, poliésteres reciclados e a tão portuguesa cortiça fazem parte dessa generosa e estilizada oferta.

Em plena era de prosumers – consumidores que acumulam o papel de produtores e consumidores dos seus bens e serviços –, há a consciente vontade de apostar em produtos de qualidade, artesanais e duráveis, que não impliquem nem exijam a sua substituição em função de modas ou apetites. Uma necessidade que reflete e reclama ainda a necessidade de nos sentirmos conectados com a Natureza, em harmonia e paz. Numa casa isso passa pelo toque de matérias-primas naturais, as suas texturas, cores, sons e odores, pelo saber artesanal e por peças de mobiliário distintas. Exige-se natural. Rejeita-se artificial. Procura-se qualidade. Deseja-se durabilidade e resistência.

Ser eco-friendly e sustentável não é apenas olhar para o passado, mas também para o futuro. Decisões certas também se encontra em fibras, papel e vidro inteligentes – com a ciência portuguesa na vanguarda de novas tecnologias – ou na impressão 3D, por exemplo, ou em tintas produzidas a partir do barro ou do leite, sem componentes químicos e tóxicos para a saúde e ambientalmente poluentes. Domótica, sistemas elétricos com tecnologia LED, energia eólica e solar são soluções que o progresso coloca ao dispor com vista a um futuro mais eficiente e limpo e menos poluente.

Uma casa ou decoração eco-chic não apenas respeita o planeta e protege o ambiente, como será sempre rica em conforto, sabendo como nenhuma outra ser apetecível aos sentidos, já que funciona como um pequeno ser vivo em constante e saudável comunicação com o exterior, plena de luz natural, habilidosa na manutenção de corretas temperaturas, capaz de renovar o ar apenas abrindo janelas, de se aquecer no inverno e se refrescar no verão e tudo isto traz um aporte de bem-estar e conectividade com a Natureza.

Fotografias – Light It Be e Pinterest

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