Trazemos-lhe uma mão cheia – bem mais do que isso, na verdade – de ideias inspiradoras, capazes de transformar qualquer ambiente de Natal num cenário mágico e encantatório. São propostas caseiras, feitas manualmente com tudo aquilo que se tem à mão, utilizando matérias-primas encontradas, nesta estação do ano, um pouco por toda a parte: em qualquer mata, bosque, floresta ou simples jardim e cujos principais recursos são a criatividade e a simplicidade. O melhor de tudo, além de não implicarem gastos nem competências profissionais, é que são absolutamente originais e colocam-se nos antípodas do plástico. São ainda ‘quentes’ e aconchegantes, por se enquadrarem na estética natura e no espírito upcycling e nos deixarem mais próximo daquilo que foram os natais da nossa infância e daquilo que o Natal realmente deve ser: um aconchegante, retemperador e terno encontro familiar.
O Natal nas nossas mãos
Ainda que ache que não tem o menor jeito para manualidades, que não consegue fazer um laço perfeito, que não tem tempo nem apetência para criar coisas com as próprias mãos, estas sugestões são especiais precisamente por encaixarem o fator ‘defeito’, por incluírem o traço tosco, por darem graça à falta de jeito e tudo harmonizarem com honestidade e naturalidade.
Porque o Natal deve vir de dentro e não exclusivamente das montras de grandes superfícies, porque o espírito da época, e os tempos que nos são dados viver neste presente incerto, requerem mais alma e coração, mais entrega e despojamento, nada nos parece mais compensador e gratificante do que produzir os próprios enfeites de Natal. Aqui, não há certo nem errado, perfeito ou imperfeito, porque sempre que algo é puramente artesanal será sempre belo, e em qualquer contexto. Mais ainda num tempo dedicado àqueles que mais amamos, que mais nos amam e melhor nos conhecem e perante os quais devemos surgir sem artifícios ou vaidades.
O Natal que aqui propomos tem a magia do que é puro, do que nasce do sentimento e que exige de nós a dedicação, o amor e a disponibilidade que só os mais próximos nos dispensam. Essa atenção é prova de afeto e de quem faz questão de nos receber com o coração. Esse é o melhor presente do mundo. Um presente que encapsula todo o passado em comum e reforça a construção de experiências futuras. E não custa nada! Enfim, pode ter de comprar algum cordel ou um pouco de cola, tudo o resto é amor e imaginação.
Natal porta a porta
Começamos pela entrada e por todos os sinais exteriores que mostram a quem passa que dentro de casa já se antecipa e prepara o grande evento do ano. Não é preciso contornar a casa toda com grinaldas de luzes, nem necessita de gruas para instalar personagens do imaginário desta estação no telhado da casa. Keep it simple e assegure alguma parcimónia, para que cada elemento seja não apenas percetível, como se torne substantivo e ganhe significado.
Um simples ramo de vegetação da época é quanto basta. Prepare-o com agulhas de pinheiro ou ramos de abeto sempre aptos a ganharem o pódio da quadra, mas onde ramas de eucalipto baby ou alecrim, bem como o clássico azevinho têm vindo a conquistar corações por essas coroas fora.
- Uma cesta com pinhas
- Uma pilha de lenha bem disposta e quase ornamental
- Uma vela ou candelabro à janela
- Um sino ou guiso
- Uma estrela com quantas prontas consiga são tudo quanto necessita para dar as boas-vindas ao Natal.
- Musgo, bolotas, castanhas e pontos de luz, tudo disposto num ninho de gravetos e já cheira a consoada.
- Um laço de serapilheira, um aro de ferro, uma cruzeta decorada et voilá!
Uma quadra à pinha… colada
Sim, também adoramos um cocktail de quando em vez, mas as pinhas coladas que aqui nos reúnem, em torno deste parágrafo, são mesmo as de pinheiro, seja qual for a sua espécie, calibre ou formato. Maquilhadas com um pouco de neve, envernizadas, enceradas ou simplesmente ao natural, as pinhas são um elemento decorativo com elevado potencial natalício. São típicas da época, são ornamentais e prestam-se, com a generosidade da madeira e de tudo o resto que as árvores nos dão, a um sem fim de possibilidades. Grinaldas, coroas, candelabros, estatuetas ou apenas espalhadas pela casa, ou presas na ponta de uma fita, sem qualquer artifício. Reunidas numa taça ou numa jarra transparente anunciam claramente o frio que se sente lá fora e marcam inequivocamente uma data no calendário. Associam-se naturalmente a velas e centros de mesa e ainda trazem para dentro de casa os cheiros resinosos do pinhal. Que mais se lhes pode pedir?!
As estrelas não vivem todas no céu
Elas são um dos mais claros elementos decorativos do Natal, uma reminiscência da Estrela da Anunciação. Ainda que não tivesse um significado religioso, são um elemento decorativo por excelência, pelo muito fascínio que sempre suscitaram no Homem e porque nos ligam ao céu celestial, ao futuro e são princípio e fim de tantas questões filosóficas que o espaço sideral nos coloca. Pentagonais, hexagonais ou mesmo octogonais, as estrelas são meio caminho andado para levar o Natal a casa. Introduza-as em qualquer canto. A Light It Be redesenha-as na assemblagem de alguns dos nossos candeeiros, através do upcycing de peças auto, onde rodas dentadas são as estrelas da companhia. Da nossa comoanhia e da sua também.
Estrelas são incontornáveis. Faça com que a luz de velas replique o seu perfil na parede, recorte-as em papel e faça grinaldas, molde-as no barro e obtenha taças, recorte-as na chapa de metal e acabe com as mais rústicas bases de copos ou mobile natalício. Feitas de velhas ou novas molas de roupa de madeira, nascidas de paus ou de corda, elas já são Natal. Eleja formas de cozinha com recorte estrelado e preencha-as bem com massa de bolo, coloque uma no topo da sua árvore de Natal, ou troque qualquer das coroas que tinha previsto por estrelas. Contorne-as de luz e deixe que a magia aconteça. Porque vai acontecer.
Natal à mesa
É o ponto alto das celebrações, o momento em que todos reunidos celebramos a vida, a união e o amor reunidos em torno de comida confortável, caseira e com aromas afetivos. Um momento que exige requintes decorativos e, em termos decorativos, talvez aquele que mais nos atemoriza e ao qual dedicamos mais tempo e atenção. É, por tradição, uma mesa que se quer cheia, farta e que tem de aconchegar o prato da fruta, o apetite do tio que vem de longe, as saladas, as inenarráveis histórias do avô, os infinitos acompanhamentos, as cadeiras dos mais novos, o pão quente e fumegante, as velas, as romãs e os frutos secos e ainda ser recetiva e acolhedora para aqueles que lhe dedicaram tanto tempo e atenção. Uma mesa assim é, claro está, exigente e caprichosa, mas não deve retirar-lhe o apetite nem a boa disposição para receber a família. Se tiver de sacrificar algo, que sacrifique a decoração e não a sua disposição. Por isso, não faça o pino nem invente. Abra os armários, olhe o que tem com olhos de ver, reinvente o que for necessário e se os copos tiverem de ser todos diferentes, tire partido disso mesmo e exiba a diversidade com orgulho. Faça as velas rimar na cor, mas não se apoquente com a altura das mesmas. Qualquer taça com musgo é perfeita, qualquer taça de biscoitos dourados pode enfeitar de açúcar o serão e todos os detalhes encontrarão o seu lugar, quando à mesa se juntam sabores tradicionais com os rostos que mais coisas nos dizem na vida.
Por quem os sinos dobram
Sinos, guizos, campainhas, chocalhos são próprios do Natal, mais ainda quando já trazem um passado, ou muitos natais nos sapatos gastos de tanto tocarem aleluias por aí. Procure bem ou entretenha-se numa feira da ladra e encontre os sinos perfeitos para um arranjo de Natal, para trocar as bolas da coroa ou anunciar a chegada de cada convidado. Os artistas saberão tocar-nos cá dentro com músicas da quadra ou outras que digam respeito à história de cada um. Há nos sinos um lado lúdico, mas sério, rústico, mas divino que os tornam tão certeiros para enfeitar o Natal. São ainda eles que repicam a anunciar a Missado Galo.
Consoada à vela
Como não introduzir velas seja qual for o propósito da decoração? Como contorná-las quando se fala de Natal? Sem a sua luz morna e adocicada, sem os seus aromas naturais, sem o seu charme e encanto quanta da magia do Natal não se perderia? Passe a consoada à vela, espalhando a sua cálida atmosfera em todos os recantos da casa e não se esqueça de lhes prestar honrarias no centro da mesa, de qualquer mesa. E não se esqueça de colocar uma à janela, para indicar o caminho ao seu Cavaleiro da Dinamarca. Todos temos um e ele tem de saber voltar a casa e regressar para nós. Os ‘veleiros’ Light It Be cuidam dessa vigília como ninguém. Prefere uma luz infinita? Opte então por um candeeiro com alma. A nossa loja tem muitos.
Espírito do Natal presente
O Natal não são os presentes, mas também são os presentes, as oferendas. Neste Natal, ofereça mais de si e, tendo em conta que todos teremos de reduzir o custo dos presentes, e caso não os saiba fazer manualmente, dedique tempo e amor aos embrulhos. Seja criativo, utilize apenas o que tiver à mão. Qualquer papel pode ser especial, mesmo o mais cromático e humilde. Folhas de revistas e jornais, papel manteiga ou de anteriores embrulhos, fitas e cordéis de sempre ou até recuperados de roupa antiga, botões, molas da roupa de madeira e verde, muito verde que os tempos que correm exigem que lembremos o planeta e a sua beleza natural a todo o instante. Um pé de alecrim, uma folha de plátano, um pé de salsa, um leque com folhas de carvalho, umas agulhas de pinheiro… Há beleza no amor, pelo que basta pensar com o coração. E mesmo que esteja a embrulhar um par de meias, estará sempre a entregar um pedaço de si.
Cara ou coroa?
No Natal temos direito a tudo. A cara e a coroa. Vegetação natural, flores frescas, flores secas, frutos secos, rede galinheira, bastidores recuperados e readaptados, sinos, corda, romãs, rosmaninho, cabides moldados em círculos, pastos e gravetos, nós e laçadas, bolas e chocolates… Ponha tudo a circular em torno de ninhos de imaginação. O que é que pode correr mal? Nada, e ainda se diverte em atividades relaxantes e que exigem concentração. Subtraia stress. Some charme.
Coração basta
Não se acha capacitada/o para chegar a resultados satisfatórios? Confie mais em si e aceite todos os resultados com amor e graciosidade. Afinal, foi você que fez! Só isso já é satisfação suficiente. Transforme uma garrafa de vidro no mais belo porta-velas, encha taças com nozes e faça instalações. Se não acerta com as coroas, transforme-as em bouquets, invente apontamentos de luz, roube um pouco do musgo do presépio – o Menino não se vai importar – e espalhe-o por consolas e empregue-o na decoração de bolos. A fita do cabelo será um laço apertado em torno de um puxador, um candeeiro de madeira natural, um cheiro a lenha e a azevinho, umas bolachas de gengibre, um pau e canela e chocolate quente a fumegar aromas sobre a ansiedade, uma vela que verte cera sobre o serão mais quente do universo e está tudo resolvido e com beleza. Acredite mais em si. Vale a pena!
Fotografias – Light It Be e Pinterest
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