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Vamos mudar o mundo – Um candeeiro de cada vez

Mudar o mundo, um gesto de cada vez

O mundo não muda sozinho. Porque o mundo somos todos nós, pelo que para mudar o mundo basta que cada um de nós mude. Um gesto de cada vez. Uma decisão atrás da outra. Melhor ainda se mudarmos em conjunto, todos juntos, rumo a um novo caminho, em direção a destinos mais consentâneos com a felicidade individual e o bem-estar coletivo.

O tema é inspirador e bem menos complexo do que parece. Ao invés de se conceberem logo imagens do sofredor Atlas, que às costas carrega o mundo e o céu, pense-se antes num habilidoso malabarista, capaz de, a cada lance, alterar a rotação das coisas e até a sua natureza, driblando no ar outras possibilidades, outras premissas, outras hipóteses.

Numa era de incertezas feita, perante um futuro inevitavelmente operado por máquinas inteligentes, enfrentando um universo com pouco espaço de manobra para o humano, o emocional e o sensitivo, vendo surgir no horizonte cenários distópicos, é seguramente este o momento de repensar e de fazer valer exatamente tudo aquilo que nos distingue das máquinas: coração e paixão. É hora de reavaliar, medir e repensar. Repensar tudo: o que somos, o que fazemos, porque o fazemos, como o fazemos e, mais importante ainda, como o queremos fazer. Não são lérias utópicas, nem ingénuos lirismos. Basta que cada um decida por si, aquilo que é e, mais ainda, aquilo que deseja ser e o modo mais agradável de estar e de fazer. Não são os políticos, nem as grandes organizações que mudarão o mundo, ou antes, sê-lo-ão, de facto, se assim deixarmos. Mas porque deixaríamos que tal acontecesse, se sempre que lhes coube decidir o fizeram em nome de interesses que em nada servem a nossa felicidade? Na verdade, nem lhes compete mudar o mundo. Esse é o primeiro trabalho, o primordial dever de cada um de nós.

Viver é mudar

Mudar é bom. Mudar é inevitável. Mudar é viver. Tudo muda, a toda a hora, nós próprios, mesmo sem disso darmos conta, ainda que nos tempos que vivemos difícil seria não perceber as mudanças diárias. Mudam-se as vontades, moldadas pelos tempos, alteram-se os propósitos e até as razões capazes de nos fazer sorrir. Nunca como hoje tivemos acesso a tanto conhecimento, de forma tão pronta e abrangente, pelo que não temos desculpa para não agir de forma mais conscienciosa, para não mudar o rumo das coisas. Todas as grandes questões do momento, do nosso momento da História, aquele que nos compete viver e moldar, são da nossa responsabilidade. Não descartemos responsabilidades. Salvar o planeta, respeitar os direitos humanos, lutar por todos os tipos de igualdade, olhar pelo outro, ser solidário e empático, reverter a produção e o consumo em massa, optar de forma consciente por economias sustentáveis… Tudo está ao nosso alcance. Se todos mudarmos, não resta ao mundo (políticas e grandes corporações à escala planetária) outra hipótese que não seja mudarem connosco, ao nosso ritmo, porque nós, na verdade, somos tudo.

Sustentabilidade, planeta saudável, homens mais livres

Afunilando a questão, tudo vai dar a um fator-chave: o modo como consumimos. Dele depende a forma como produzimos. A melhor forma de nos manifestarmos, a mais potente e aquela que fala mais alto e que mais coisas pode mudar num curto espaço de tempo, são os nossos hábitos de consumo. Altere-se isso e tudo muda. Passemos a comprar local. Com isso diminuiremos a necessidade de transporte, com ele caem os consumos de combustíveis fósseis e a poluição que implicam, e talvez isso culmine, senão na erradicação, pelo menos na redução da exploração laboral em países com economias débeis. Passemos a preferir o manufaturado, o que reduzirá a produção massiva em ambiente fabril, baixando os níveis de poluição e o desperdício industrial. Não apenas isso, como, com base na melhor qualidade do que é produzido manualmente, por conta do esmero da mão artesã e da qualidade das matérias-primas, que visam as exigências individuais e não das massas, a necessidade de voltar a substituir uma peça, qualquer peça, diminui também. Isto porque o consumo de massas e a produção industrial em larga escala, nivela a qualidade dos produtos nos mínimos olímpicos ou mesmo abaixo disso, com vista a alcançar mais gente, com menor custo, para maior rentabilidade e satisfação de acionistas e lobbies.

Cidadania é estar consciente e saber agir

Passemos a preferir o natural ao sintético, o upcycling ao brand new, o manual ao industrial. Deixemos de nos queixar e passemos a agir e a saber optar. Plantemos árvores, limpemos praias, rejeitemos comida que nos chega de longe, de muito longe, recuperemos roupa de estações anteriores – o que é possível quando os tecidos são de boa qualidade –, procuremos artigos honestos, opções naturais, feitas manualmente por pessoas que já optaram por entrar nesta corrente de autenticidade, de assinatura, de produção sustentável, de consumo inteligente. São produtos que demoram mais tempo a fazer, é certo, mas tudo o que é bom e duradouro implica tempo, vagar, dedicação, esmero e empenho. A seu favor têm a vantagem de serem igualmente produtos que demoram uma vida a desatualizar-se – se é que saem algum dia de moda –, na medida em que não embarcam na necessidade estética de se renovarem a cada estação, e descartam o estimulo a consumos desnecessários e cíclicos, puxados por conta de campanhas de marketing e de publicidade, que nos fazem sentir démodé sempre que não apanhamos a carruagem da next big thing, a qual nunca fica mais do que uma estação, se tanto, sendo sempre uma promessa e nunca uma certeza. Produtos slow, como os candeeiros Light It Be, que resultam de horas de dedicação e encanto por parte de mãos apaixonadas e isso, seguramente, transparece no produto final e no prazer de se adquirir algo único, irrepetível e exclusivo, que nunca aspirou a fazer parte de uma linha de montagem. Peças que não necessitam de controlo de qualidade, pois esse é intrínseco ao processo, ao olho exigente do artesão, ao tato da mão que molda, à vontade insistente de superação. Porque o artesão não quer apenas vender. O artesão quer sentir orgulho naquilo que faz e esse é um valor dificilmente contemplado no preço final, o qual muitas vezes se limita a pagar os materiais e as muitas horas de trabalho, onde não há linhas de montagem, nem procedimentos inalteráveis, em função de equipamentos ou exigências de horário laboral.

Consumo responsável, um ato de cidadania

Optemos pelo lowsumerism, pelo consumo consciente e responsável e entendamos esta boa prática como um ato de cidadania e de sobrevivência, em defesa do ambiente, do planeta e de nós próprios. Assumamos o nosso papel primordial na necessária mudança, começando por alterar os nossos comportamentos e hábitos de consumo. Só começando por nós, por aquilo que realmente podemos e conseguimos mudar, só assim, poderemos aspirar à verdadeira mudança de comportamentos, políticas e filosofias. Só assim, sabendo valorizar e reaproveitar o desperdício, o lixo e os ‘subprodutos’ da sociedade de consumo, poderemos minimizar os custos ambientais da produção e moldar as necessidades de consumo, sem descartar potencialidades, sem esgotar recursos naturais. Se todos consumirmos de forma responsável, apostando na sustentabilidade, na economia circular e de desperdício zero, estaremos a empurrar toda a produção noutro sentido e isso, sim, faz todo o sentido.

Já ninguém se pode dar ao luxo de olhar para o lado, assobiando leviana e descontraidamente, acreditando que a saúde do planeta é um problema que passará para as gerações seguintes. O problema já existe entre nós há demasiado tempo para ser ignorado, menos ainda adiado. O futuro foi ontem e a mudança é urgente e tem de ocorrer no nosso tempo de vida. Já basta o facto de estarmos a deixar aos mais novos um planeta em muito pior estado do que aquele em que nos foi dado encontrá-lo e uma economia muito mais canibal e autofágica e que tal como em qualquer missão impossível se autodestruirá em breve, caso não façamos algo séria e rapidamente. Se é necessário mudar o todo, então, comecemos por mudar a nossa parte.

Decisões iluminadas

Uma coisa é apenas uma coisa e um objeto apenas isso mesmo, um objeto. Discordamos. Um objeto que nasce da idealização, do desejo, da conceção, total concentração e paixão de mãos artesãs não significa o mesmo de um resultante de processos mecanizados e de moldes industrializados, razão pela qual os relógios são ainda feitos manualmente, os azulejos pintados à mão são os mais desejados e qualquer ‘imperfeição’ saída da mão do oleiro ou do ourives nos faz sorrir e perceber que aquela imperfeição, aquele detalhe em particular é singular e é apenas nosso (até porque a perfeição está sobrevalorizada, como bem sabemos). Por isso discordamos que uma coisa seja apenas uma coisa. Porque há diferenças abissais, para quem as queira ver e valorizar. Há um incomensurável valor acrescido resultado de emoção, palpitação, frustração e triunfo que vão assolando todo o processo produtivo do artesão. A ânsia deste no aprimoramento dos detalhes, a eterna sensação de que se podia fazer melhor e o compromisso em fazê-lo de cada vez que inicia novo projeto.

No final, o resultado são produtos mais próximos de uma peça de arte, original, autêntica, única e exclusiva, do que de um mero artefacto, ainda que tenham sido concebidos e realizados com o fim claro de cumprir uma função, ou não. No final, o prazer de quem faz está patente no artigo, e isso não tem preço, tem sentimento. Valorizar tudo isto é, no fundo, uma forma de mudar o mundo, um verdadeiro ato de cidadania em nome da desejada mudança consciente, que está nas mãos de cada um de nós. A Light It Be sente orgulho por pertencer a este movimento contagiante e por, modestamente, contribuir para essa mudança maior. Um passo de cada vez. Um candeeiro de cada vez. Agora, vamos para a oficina que já se faz tarde e toda esta conversa deu-nos ganas para continuar… a dar à luz.

Fotos – Light It Be, Pinterest e Pixabay

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