O calamitoso 2020 colocou-nos à prova de formas que jamais teríamos imaginado possíveis e mudou – seguramente para sempre – o lugar de onde vemos o mundo e a nós próprios, o modo como aceitamos a vida e determinamos prioridades e até a maneira como reorganizamos a casa, implicando novas diretrizes no estilo e modos de vida, o que teve reflexos óbvios e imediatos também na decoração de interiores. Alterou tanto, praticamente tudo, e em tão pouco tempo, e de forma tão avassaladora, que para a História haverá um antes e um depois desta data.
A nova casa é novíssima
A pandemia resultante da COVID-19 interferiu em todos os aspetos da nossa vida e convivência e entrou de rompante pelas nossas casas, incluindo na reorganização, planeamento e decoração dos espaços. Forçados a permanecer em casa, obrigados e estudar e a trabalhar de lá (ou de cá), corremos a projetar e a adaptar cada zona da casa, vestindo-a, antes de mais, de multidisciplinaridade e ornamentando-a de multifuncionalidade e exigindo-lhe obrigatório conforto. A casa deixou de ser o ponto de partida e de chegada no decurso de dias passados fora, passando a ser um local de permanência. Um local multidisciplinar, ocupado por todos a toda a hora.
O lugar das coisas
Assim, uma zona de trabalho e outra de estudo, confortáveis e bem iluminadas a qualquer hora do dia tornaram-se uma necessidade, mesmo em casas que não contemplam espaço, ou recanto exclusivo para escritório ou biblioteca. A cozinha passou a ser muito mais utilizada, dela dependendo quase em exclusivo a confeção das várias refeições do dia e com isso identificaram-se necessidades específicas de iluminação e de mais luzes ou mais funcionais bancadas de apoio. A própria despensa foi repensada em função da sua capacidade de armazenamento e a forma como está organizada, com vista a uma maior funcionalidade.
Afetiva e efetivamente mais criativos
Não nos tornámos apenas mais exigentes – até para dar resposta às novas necessidades logísticas dentro e fora de casa –, como mais adaptáveis e criativos. Um dos primeiros passos foi compensar a falta do mundo lá fora, as saudades da Natureza e da liberdade. Isso foi determinante para uma das tendências mais notórias de 2021, a introdução de plantas e de ‘verde’ dentro de casa. De mãos dadas com esta grande tendência, regressaram as cores às paredes, as tintas ecológicas com tons refrescantes ou reconfortantes e até telas e papéis de parede com os quais revestimos de conforto e padrões o interior. Motivos botânicos e vegetais estão entre os mais trendy, pois com eles viajamos pela Natureza, agora ainda mais valorizada.
Fez-se luz, e acendeu-se cá dentro
Tons terra, fibras 100% naturais e amigas do ambiente, materiais reciclados, métodos de produção artesanais e ecológicos, procedimentos não industrializados e honestos compromissos com um mundo mais sustentável, de reaproveitamento e investimento no não poluente resultam deste novo compromisso humano. Todavia, uma das grandes revoluções deu-se nos projetos de iluminação, dos quais se espera maior capacidade de resposta às novas necessidades, seja para melhor iluminar uma bancada de cozinha, uma secretária de estudo, um recanto de trabalho ou para, em permanência, trazer maior claridade a toda uma divisão. Não apenas isso, como os candeeiros passaram a ser vistos como peças decorativas de primeira linha, e não apenas auxiliares de uma premente necessidade de iluminação. A luz certa para desempenhar tarefas distintas exige diferenciações no que à potência e localização dizem respeito, mas aquilo que a todas elas se exige agora, é que sejam significativamente belas, distintas, originais e criadoras de ambiente – do ambiente certo – mesmo quando não estão a ser utilizadas. Isso é, neste momento, tão pertinente quanto a sua capacidade de cumprir uma função, de suprir uma carência.
Luzes com história
Assim surgem os candeeiros originais como uma das mais fortes e atuais tendências – sendo esta uma tendência que fala alto na oficina da luz dos candeeiros de madeira originais e exclusivos Light It Be. Eles são companheiros de todas as horas, mesmo diurnas, já que algumas tarefas, por conta das suas exigências, necessária acuidade visual ou manual, ou mesmo pela disposição da luz natural em determinada estância da casa, exigem que estejam ligados ininterruptamente, tal como em tantos locais de trabalho. Entendemos agora que uma peça tão vital, pela ‘profissão’ que desempenha – iluminar o nosso trabalho, aquilo que fazemos –, deve igualmente representar algo mais do que luz artificial, ela deve, com a mesma dedicação, definir uma decoração, criar a atmosfera certa e iluminar a nossa vida e definir o mood certo para cada tarefa. Mais, os candeeiros devem enriquecer a decoração, ser elementos que olhemos com prazer e não meros portadores de luz, e devem fazer-nos sentirmo-nos bem. Melhor ainda se ainda nos conseguirem fazer rir, sentir emoções ou trazer poesia ao nosso olhar. Nesse sentido, falamos de luzes que naturalmente nos inspiram e iluminam em toda a aceção do termo. Candeeiros que nos contam histórias capazes de mover mais rápido e de forma mais apaixonada a nossa mão, a nossa vontade, feitos de matérias tão ricas e nobres que enaltecem os nossos sentidos e galvanizam as nossas próprias competências.
Queremos paixão!
Nasce o desejo de originalidade, de peças únicas e irrepetíveis que connosco se relacionam em exclusivo, num diálogo de proximidade e de entendimento artístico. Todos sabemos que somos mais produtivos, quando estamos mais felizes e que esse sentimento absurdo que é a felicidade se alimenta de pequenas grandes coisas, muitas delas indizíveis ou sequer identificáveis. A sensação de segurança, as texturas, os odores, o design, a beleza e os materiais que nos rodeiam têm muito a ver com tudo isso, mais ainda com tudo aquilo que nos vai na alma, sendo esse alimento anímico que no eleva. Pureza, naturalidade, honestidade, compromisso, manufatura são conceitos estampados em peças talhadas com paixão e isso é seguramente inspirador e exultante.
Não sabe? Invente!
Eleger matérias-primas naturais, processos de produção manufaturados, conhecimentos artesanais, metodologias que rejeitam repetitivos e poluentes procedimentos industriais, de produção em massa, de peças indistintas, e optar conscientemente por marcas sustentáveis e peças exclusivas é um statement fortíssimo e um passo de gigante, ainda que individual, de promover a mudança e proteger o planeta. Este tipo de peças, onde se indubitavelmente, se incluem os candeeiros de madeira natural Light It Be – que, com a sua alma upcycling, recuperam o que estava perdido – assume-se ainda como extensão dos nossos próprios compromissos ambientais, tornando-se num mecanismo de ação e reação, num parceiro promotor de mudança de hábitos de consumo. E mesmo que tudo nasça de forma egoísta, apenas porque queremos algo que ninguém mais no mundo terá igual, ou meramente porque nos apaixonamos por uma peça, a verdade é que, à boleia desse elemento decorativo vem toda uma filosofia que exigirá replicação, mimetismo e que nos conduzirá para caminhos mais puros e sustentáveis. Porque o artesanal é inspirador. E só por isso, vale a pena pensar em originalidade, em desejar a diferença. Tudo o resto vem logo depois.
Inspirar para oxigenar
Para se inspirar, ou mesmo para despertar o artesão que há em si, ou ainda para apreciar o trabalho manual e ainda conseguir valorizar algo tão desejado, mas tão vago, quanto a criatividade, deixamos-lhe uma mão-cheia de ideias criativas. Algumas delas partem de objetos de todos os dias, de peças que se cruzam com o nosso quotidiano e que podem ser testadas e totalmente produzidas em casa. Outras requerem mais competências e habilidade, mas nada que a vontade não alcance. Pelo meio, encontrará muitas criações Light It Be, nascidas de troncos de plátano, ferro, latão, fibras naturais e até aço, que chega pela mão de alguns componentes de motores de carro, entre outros, que introduzimos em algumas das nossas assemblagens. Olhe para o que o rodeia, com olhos de primeira vez e vai ver todo um novo universo de possibilidades. Frascos de compota, louça de porcelana, acessórios de cozinha, formas de pudim, brinquedos, latas disto e daquilo, recipientes descartados, rodas de bicicleta, chapéus e outras tantas aventuras do upcycling, lado a lado com candeeiros não menos criativos, nascidos de habilidosos e engenhosos artistas e designers, também eles a descobrir e a revelar-nos o mundo como se pela primeira vez, brincando com as ideias e as possibilidades, mostrando-nos como é possível brincar com tudo. Um mundo que está cheio de história por e para contar.
Toda esta conversa, abriu-nos o apetite de oficina!
Fotografias – Light It Be e Pinterest
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