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Rústico – Uma mão cheia de emoções… Fortes

O estilo rústico é um dos mais emocionais. Todo ele é sentimento e afeto. Abraço seguro e conforto. Força e fortaleza. O rústico assenta arraiais na memória e no passado, daí ser um exímio contador de histórias, expressas no seu longo rosário de lembranças e vivências, e coroa-se com o primado da descomplicada robustez que, de forma blasé, se sobrepõe à estética. Uma supremacia que não descura o design, nem a harmonia, mas cujo primeiro elogio vai para a funcionalidade e durabilidade das coisas. Ou seja, para a capacidade de resistir ao tempo e às modas. Essa é uma forma indireta, quase retorcida, mas eficaz, de olhar o futuro e assegurar que todos os objetos decorativos se manterão úteis, resistentes, atuais e, à sua maneira, bonitos nos anos vindouros, ou, idealmente, para sempre. O rústico contempla infinitos como o eterno e romântico ‘para sempre’, pois no rústico nada morre, tudo se recupera e reinventa, porque se estabelecem relações e laços afetivos com os objetos e as suas vivências, passadas e futuras, e essa é a forma emotiva de as tornar imortais, ainda que cumprindo novas funções e adquirindo competências outras. Com esse porto em vista, a qualidade dos suportes e dos métodos é de suma importância. Razões e poéticas que sobejam para justificar porque nenhum outro estilo como ele rasga sorrisos espontâneos e involuntários. Razões e poéticas, ainda, que estabelecem pontos de contacto direto com o ADN dos nossos candeeiros, eles próprios nascidos de últimas oportunidades.

Ver o essencial

Nele tudo é força e nobreza, humildade e honestidade, simplicidade e despreocupação. O rústico lança sobre a vida e as coisas um olhar que lima aparentes imperfeições, que afasta falhas ou defeitos. Esse olhar é a ferramenta que talvez faltou na marcenaria, de onde a madeira saiu torta e pouco aprimorada, que confere a demão de tinta em falta nas paredes – será que falta mesmo? –, o estuque que afinal não tapou a pedra estrutural do teto, e que repõe com esmero qualquer detalhe, maior ou menor, que outras perspetivas poderiam achar em falta. Esse olhar é precioso e é típico de quem faz e produz servindo-se daquilo que a Natureza oferece. É ainda próprio da mão que, ainda que não dominando uma arte ou matéria, nela se aventura, com o propósito de criar aquilo que faz falta, ou mesmo aquilo que, não estando em déficit, apetece fazer em  nome de um pedaço de matéria que se percebe ser apropriado para um qualquer efeito, ou apenas porque é tão apelativo que apetece regenera-lo, dar-lhe uma segunda hipótese de resistir um pouco mais.

Uma rodela de madeira torna-se mesa, um tronco traveste-se de candeeiro, um jarro de esmalte encontrado no sótão da avó ganha vaidades de jarra e o velho xaile reinventa-se em almofadas de lã. As possibilidades são infinitas, assim a criatividade o permita e, se algo se pode dizer sobre o estilo rústico, é que também é criativo. Talvez mais do que isso, ele é inventivo, quase alternativo. O rústico não sente necessidade de adquirir de novo, desde que haja ainda algo a concertar naquilo que já está ao dispor. Sustentável, autónomo, independente e orgulhosamente inesperado. Faz falta a mestria de um olhar benevolente como este.

Homem e Natureza

Nascido de necessidades primordiais, quando as grandes cadeias de design acessível não dominavam o mercado e a sociedade não se classificava como de consumo, eram os tradicionais saberes que imperavam, numa época em que, nas zonas rurais, o homem renascentista se reinventava e cada um construía a sua própria casa, bem como parte do mobiliário e restantes utensílios. Podia não ser um homem culto, mas era igualmente autossuficiente. Bastava-se. Antepassados completos e sábios, cujo respeito pelos recursos e pelo meio levava a que não ambicionassem mais do que o necessário e que valorizavam a qualidade das matérias naturais, mais do que a arte de os transformar. Numa época em que se pretendia que cada objeto durasse toda uma vida, esse apreço faz todo o sentido. A qualidade dos produtos, essa espectável esperança de vida era o maior e mais desejado dos luxos.

Claro que a necessidade apura o engenho e serão eternamente belos e resistentes os artefactos que chegam desses tempos que a memória tende, de quando em vez, em apagar, mas que, por força da sua genuinidade regressam até nos de formas cada vez mais pungentes. Regressam também por força dos tempos de excessos que se vivem, despertando cada vez mais na consciência a necessidade de nos repensarmos, de revalidarmos novas formas menos poluentes e extravagantes de produzir e de resolver as necessidades. Formas, na verdade, que o passado já contemplava. É o eterno amor ao artesanal, ao manufaturado e a todos os nobres e sólidos materiais que generosamente se prestam ao manuseamento. Pedra, madeira, barro, vidro, fibras têxteis vegetais e de origem animal, como a lã e a seda e métodos ancestrais de os moldar e esculpir, de os tecer e embelezar são hoje obras de arte que fazem o coração bater mais rápido de emoção.

Gestão afetiva de recursos

Nesta economia, onde se deseja apenas aquilo de que se necessita, há uma gestão afetiva dos recursos e dos modos de transformação. Dele se arredam indústrias e poluição, intermediários e excedentes. O rústico acarinha o amadorismo, até porque quando se ama, o resultado só pode ser belo, independentemente da capacidade de obtenção de imaculados acabamentos ou pretensiosas perfeições. Por tudo isto, o rústico e o mais amplo dos estilos. Aplica-se com propriedade à cabana de madeira na montanha, à palhota junto à praia, à casa de campo de paredes caiadas, ou, nos dias de hoje, àquela casa recuperada à qual se manteve a identidade, como sejam as casas da baixa lisboeta e as suas gaiolas pombalinas (outrora elementos de madeira estruturais concebidos para serem sismo-resistentes), que hoje se expõem orgulhosamente, numa mostra despudorada da sua idade e sabedoria arquitetónica.

Remando contra a corrente, ignorando a idolatria do jovem e do belo, mantendo-se fiel à necessidade de fazer bem, resistente e duradouro, mais do que fazer bonito, o rústico vem fazendo as delícias de uma bem (in)formada geração de gente apaixonada pela reciclagem e por objetos vintage, vindos de uma época que ignorava o plástico e as tendências e que desdenharia a ideia de que todas as casas do planeta pudessem ter móveis iguais e produzidos em massa por gigantes da indústria. Vindos e um tempo em que a globalização tinha limites concelhios ou nacionais. Um tempo em que aquilo que se desejava, se o desejássemos muito, poderia ser feito por nós e algumas ferramentas. Tempos de maior inocência talvez, em que o tempo se media por outros relógios, e onde a pureza dos materiais e a sua capacidade de cumprirem durante muitos anos o seu destino era de primordial importância. Não se redecorava a casa a cada estação, nem a decoração tinha a capacidade de aborrecer. Desde que confortável e segura, qualquer cadeira era para a vida. Claro que era, até porque a qualidade das matérias-primas naturais assim o permitia e a paixão de quem as fazia também não esmorecia com o tempo. Hoje, tudo muda mais rápido, incluindo nós mesmos. Somos mais neuróticos e consumistas, mais insatisfeitos e nervosos, vivendo numa espiral em vez de num círculo perfeito. Parece que tudo aquilo que desejamos jamais se cumpre, porque estamos sempre a desejar coisas diferentes.

Importante é a matéria

Fará, por isso, mais sentido hoje essa estabilidade, essa constância e essa segurança de que o estilo rústico é garante. Elas parecem importantes num local a que chamemos casa onde se espera que tudo nos receba com a força e o calor de um abraço amigo, de um colo que reconforta e onde tudo nos garante que tudo ficará bem, que tudo é constante e seguro, que não precisamos de ter receios. Nunca como hoje fez tanto sentido recuperar o uso de elementos orgânicos na sua forma mais natural, sem desnecessários processamentos. Não apenas estes desvirtuam a beleza das matérias, como são acréscimos de poluição. Nunca como agora sentimos falta desse regresso às origens, à terra, àquilo que ela nos dá, à honestidade apaixonada dos olhares que conseguem ver beleza em tudo isso, que conseguem ver beleza na simplicidade. Das coisas e dos processos manuais de as tornar mais nossas. Um olhar para quem a madeira será sempre madeira, seja ela nova ou recuperada, comprada ou recolhida na praia. Porque a madeira não deixou de ser madeira apenas por trazer consigo histórias de outras aventuras, de outras vidas. Eventualmente, será ainda mais rica por isso mesmo.

O novo rústico serve-se light

Claro que não vamos, nem podemos regressar ao passado, por isso, o rústico chega agora até nós pela mão de uma conscienciosa geração de gente apostada nos mesmos princípios de sustentabilidade de outrora, mas com a frescura de uma bem-vinda mistura de design. Mantém-se o primado do natural, das matérias-primas que a Natureza disponibiliza e até de formas ancestrais de as transformar e arquitetar, mas abre amplas janelas a design contemporâneo, de linhas mais depuradas e outro esmero de acabamento, mas que partilham o mesmo princípio da sustentabilidade e onde plástico e fibras sintéticas continuam à porta. Uma parceria win-win, que confere ao estilo rústico mais luz, mais espaço e mais leveza ainda que assentes na incontornável madeira, na sólida pedra ou no fiável cabedal. Um compromisso sério e incrivelmente atraente e apelativo, aos sentidos e ao coração, que é cada vez mais visível na arquitetura, na engenharia e na decoração.

Feito à mão

Mantém-se ainda um traço primordial do estilo rústico: as peças são artesanais, ou seja, feitas à mão, o que deixa intacto o apreço pelos materiais, o qual se sobrepõe ao design. Madeiras toscas e pouco trabalhadas, em que se percebem os veios e os nós, pedras pouco polidas para que parecem pedra e não qualquer outro material estéril, tapeçarias e têxteis perto do fio original… Por serem feitas de seguros e fiáveis materiais, e porque são manufaturadas e porque não se dá particular importância ao artefício, o mobiliário rústico tende a ser oversized, surgindo numa escala que ocupa lugar. Mais uma vez, o importante é a função, a simplicidade e o conforto, mesmo se os objetos ou as estruturas pareçam inacabados, crus ou rudes, ou tudo isto. O facto de grande parte de tudo ser feito à mão sob o primado da resistência e da funcionalidade, explica o traço ‘grosso’ e alguma ‘aspereza’. Mas tudo isso são espectáveis traços de carácter do rústico. Tudo isso deve ser expressamente acarinhado. Não esperem perfeição, antes coração. Mas aguardem unicidade e exclusividade, já que as peças manufaturadas são como obras assinadas. Não há duas iguais. Cada uma é única e irrepetível. E sobre isso a Light It Be entende bastante, já que cada candeeiro que sai da nossa oficina é único, e mesmo que assim o quiséssemos, que não queremos, seria impossível replicá-los.

As cores da terra

O respeito pela Natureza e tudo aquilo que ela fornece estende-se à paleta de cores do rústico, a qual, sem grandes surpresas se fixa nos tons crus e naturais, já que também aqui o artifício é dispensável. Tons neutros e acolhedores, que reforçam a sensação de aconchego tão própria do estilo rústico. Tons seguros, que admitem uma variação de tons que vai da gradação do branco ao preto e do castanho ao bege, mas onde os verdes secos e os tons terra entram naturalmente. Um conjunto de fatores que tornam este estilo num dos mais convidativos e apetecíveis. Longe de minimalismos e superfícies sintéticas, tudo nele é genuíno, despretensioso e deliciosamente simples. Não é precisamente tudo isso que pretendemos de uma casa? Da nossa casa, principalmente? Um local onde nos sentiremos sempre bem, protegidos e aquecidos. Melhor ainda será se conseguir dar o seu cunho pessoal, a sua assinatura particular a este estilo tão em voga. Trabalhe-o à sua maneira e torne-o apenas seu e só seu. Nisso, a luz da Light It Be pode ajudar.

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