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Luz natura(l) e coisas que semeamos cá dentro

O tema Natureza tem várias derivantes, sendo a ambiental a mais premente e sobre a qual poderíamos despejar calotas polares de informação, maioritariamente alarmante e incriminatória, para aquele grupo de réus que somos todos nós, os que decidem e os que deixam decidir. Todavia, aquela variante que hoje nos move é outra. É inspiradora e reúne-nos em torno de um quadro acolhedor. De tons quentes e aromas caseiros. De reflexos dourados, cacaus quentes ou refrescantes limonadas com hortelã. Um cenário onde nos sentimos seguros e confortáveis. Nele imaginamos frescos linhos e algodão puro, ou a terna lã tricotada à lareira, por mãos que gostam de nós – que é sempre a melhor lã do mundo. Pode haver mantas de cachemira, com ou sem franjas, ou chapéus de palha, trazidos de paragens mais a sul. Cães e gatos enroscados no preguiçar das suas invejáveis sestas a qualquer hora. Pés enfiados em fofas pantufas de pelo de borrego ou chinelos de enfiar no dedo, impróprios para pressas, mas com os quais teimamos em correr pela relva ou sobre a areia quente da praia.

By Auenleben – Pixabay

Nesta espécie de regresso à infância, àquela natureza primeira das coisas, àqueles lugares que moram no nosso coração, que são só nossos e eternamente seguros e fiáveis, que luz os ilumina? Que luz nos leva até eles? O amarelo do sol escaldante de verão, o laranja do pôr do sol em qualquer estação, ou o morno tom das folhas outonais? Qualquer um deles serve, porque todos remetem para memórias afetivas, de quando tudo nos acontecia pela primeira vez, em absoluta estreia. Aquilo que não veste bem os cenários que acabámos de descrever é a gélida luz branca, que nos leva para as calotas polares referidas ainda no início de todas estas linhas. Porque o conforto de qualquer ninho requer subtilezas douradas, temperaturas agradáveis, enigmáticas e sedutoras sombras, texturas suaves e sorrisos iluminados. E tudo isso se pode traduzir em ambientes inesquecíveis e numa luz que se pretende natural, mesmo não o sendo. Ambientes como aqueles que teimamos em replicar na nossa oficina, onde a nossa luz, mais do que ambientes, recria sensações e exalta emoções, que nascem à sombra e à claridade das nossas árvores, que crescem por entre os sussurros das folhas despenteadas pelos ventos, embaladas pelas vozes da Natureza, e que, em casa, impõem calmarias, harmonia ou romance. Assim nos vamos inspirando, de cada vez que pegamos num tronco, ainda com casca e cheiro rude e cru à Natureza selvagem. Assim nos sentimos logo que esse tronco está pronto a dar-nos ainda mais luz. De tudo isto se faz um candeeiro Light It Be.

By Josep Monter Martinez – Pixabay

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