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Homification – A casa é o novo centro do universo

A casa assume o cargo de centro do universo. Uma promoção que acarreta uma nova visão do espaço e do tempo. Nela, na casa, comemos, dormimos, amamos e, agora também, trabalhamos. Nela vivemos, por estes dias, a maior parte do dia, a maior parte dos dias. Um lugar cada vez mais híbrido que devemos tornar ainda mais especial, confortável, (multi)funcional e… iluminado.

Nunca como agora o mundo mudou tanto e tão depressa e não arriscamos futurologias baratas ao afirmarmos que mudará muito mais e ainda de forma mais célere já a partir de amanhã, para não dizer de hoje mesmo. Mudanças que se tornaram mais gritantes com a bizarria de um fenómeno que só a ficção se atrevia a dar como verdade e que banalizou palavras temidas e, até à data, pouco usadas, como pandemia, quarentena, confinamento, distância social e curvas que se pretendem achatar. Alterações na forma de ver, pensar e agir que cunham novas normalidades e inventam palavras ou associam outros significados a étimos já existentes. Um deles é o de homification. Até à data, qualquer dicionário urbano lhe atribuía o significado de um meio de tornar os ambientes de trabalho mais harmoniosos e em tudo mais acolhedores e semelhantes aos de uma casa. Decoravam-se escritórios, workplaces, copas, cantinas ou apenas secretárias e algumas zonas de trabalho como se de uma casa se tratasse. Entravam em cena as plantas, as molduras com rostos familiares, um animal de estimação da empresa, mobiliário menos formal e o próprio estacionário institucional adquiria cores, logotipos, design e ergonomias que mais o identificavam com material de escritório que se compra para ter em casa do que para uma firma. Tendo em conta o muito tempo despendido nos locais de trabalho, esta era uma forma atraente de tornar mais confortáveis e amigáveis os locais de trabalho, de os transformar em elegantes e apetecíveis extensões de casa fora dela.

Por oposição à homification – essa tentativa de espelhar os espaços domésticos em ambiente de trabalho –, também a workification já se impunha, principalmente em áreas de atividade mais livres de confinamento e que permitiam trabalhar a partir de casa ou, virtualmente, a partir de qualquer parte do planeta, sem necessidade de deslocações diárias a um local especificamente concebido para se desempenhar uma tarefa ou ocupação. Nestes casos, a tendência era a inversa: a de tornar um pouco mais profissional um canto de casa, ou, preferencialmente uma divisão, concebida como escritório ou atelier, mais ainda quando o seu desempenho exige telechamadas e videoconferências. O propósito era o de dar um ar institucional ao local onde nos concentramos profissionalmente. O que funciona ainda a nível psicológico, já que ao entrar numa atmosfera um pouco diferente daquela que se verifica nas restantes zonas da casa, o cérebro prepara-se para coisas diferentes daquelas que o sofá lá de casa sugere. Um conceito que faz o caminho inverso da homification. Esta última pretende captar a energia de um lar para dentro de um escritório, redação, oficina ou qualquer outro local de trabalho, enquanto a workification pretende espelhar uma zona obviamente de trabalho, um local de estudo e concentração em tudo similar ao que se poderia encontrar numa empresa.

Mudam-se os tempos, mudam-se as palavras

Com a adoção forçada do teletrabalho, o termo homification – a par do seu vizinho workification – tem vindo a chamar a si novos conteúdos significantes e a abarcar um conceito que literalmente nos entrou pela porta dentro e que coloca a casa como centro do nosso universo. Uma realidade que as novas tecnologias e a cada vez mais omnipresente e aglutinadora internet – para onde se mudou a indústria, o comércio, o lazer, os serviços… o mundo todo, na verdade –  agilizam e facilitam em troca de esforço mínimo: o toque de um dedo num ecrã táctil ou numa simples tecla. Aguardamos o dia em que pensar será igual a agir, mas até lá, o investimento humano é insignificante tendo em conta que o retorno é conseguir que qualquer coisa – bem ou serviço –, a qualquer hora do dia, em qualquer dia do ano nos chegue diretamente a casa. Hoje, a nossa casa não é apenas o ninho a que regressamos à noite, após um longo dia de trabalho fora. A casa é hoje TUDO. É o centro do nosso universo individual. Nela comemos, dormimos, amamos, (tele)trabalhamos, descansamos, exploramos o mundo e a arte, fazemos compras, visitamos museus e assistimos a espetáculos… Tudo parte de casa e a ela tudo chega. É a isto que hoje chamamos homification.

Uma viagem no espaço

Se a definição de lar já implicava conforto, segurança, beleza e harmonia, se já era sinónimo de um espaço que refletisse formas de ser e de estar com exigências decorativas ajustadas a gostos e preferências pessoais, se já falava por nós, mesmo na nossa ausência, agora, esse lugar uno e indivisível onde decorrem todas as esferas de ação da nossa vida ganhou novos facetas e exige ainda mais atenção, uma vez que se transformou igualmente no nosso local e trabalho, o qual pode exigir mais espaço e atenção do que uma mera secretária ou canto da mesa de refeições. Deve ser belo sem deixar de ser funcional, funcional sem ser estéril ou demasiado impessoal, deve promover os nossos gostos pessoais sem os denunciar online, já que a casa se pretende ainda privada e de acesso restrito a afetos e gargalhadas. Um espaço com ambiente difuso que propicie o romance ou o mero ócio, mas luzes cirúrgicas que facilitem o trabalho e o tornem mais eficaz. Um lugar onde possamos ter design com o qual nos identificamos, sem prejuízo do conforto necessário quando se passam muitas horas ao computador… A homification, essa transformação da casa em espaço central e multifuncional, trouxe ainda mais responsabilidade ao lugar casa, mas nada que uma boa gestão de áreas, uma adequada decoração de interiores e uma iluminação certeira e inspiradora não resolvam.

Ligados à corrente

A chave mestra desta transformação passa pelo conforto funcional, por peças que promovam o bem-estar físico e mental durante as horas de trabalho. Desde logo uma secretária ou, na falta desta, de uma mesa e de uma cadeira, preferencialmente com braços, que permitam uma correta posição das pernas e da coluna, o que implica que os pés fiquem com a totalidade da sua planta assente no chão, tenha apoio lombar e os braços não estejam em esforço. Frente ao computador, o ecrã deve estar alinhado com os olhos, para evitar incorretas posições do pescoço e esforço extra da vista. A disposição do local de trabalho deve ser bem iluminada, idealmente com luz natural durante o dia, e impedir reflexos nos monitores ou noutros equipamentos que coloquem esforço extra na visão. Agora, as luzes. Estas exigem especial atenção, já que devem permitir uma boa iluminação do espaço na sua totalidade e, em particular, de toda a zona de trabalho. Além de luzes superiores de maior abrangência espacial, atente na necessidade de candeeiros de mesa e de pé que reforcem a iluminação da área de trabalho, sem sombras ou clarões perturbadores e que vão compensando, ao longo do dia, as oscilações e diminuição da luz natural que chega pelas janelas, o que é particularmente importante no inverno, em que os dias são mais curtos e o sol mais baixo. Tenha tudo isto em conta quando conceber o seu novo ‘escritório’, a sua zona de trabalho longe do trabalho, e some-lhe acessórios, prateleiras, cestos, caixas… que considere necessários para ter tudo aquilo de que necessita à mão, bem como objetos, imagens, fotografias, alguma arte e aromas que o tornem mais aconchegante e lhe transmitam a necessária energia e a disposição certa, para o cumprimento das suas tarefas da forma mais aprazível possível.

Teletrabalho na melhor companhia

Mais do que uma indispensável e insubstituível ferramenta de trabalho, a luz é uma companhia. Um parceiro, pelo que deve eleger os melhores. A luz comanda e determina a atmosfera da casa e o mood dos seus habitantes. Defina qual a disposição pretendida, identifique a intensidade desejada e eleja peças inspiradoras. Não é por estar a trabalhar em casa que deve optar por equipamentos impessoais, especificamente concebidos para escritórios e outros locais de trabalho. O compromisso terá sempre de ser entre o belo e o funcional, o eficiente e o prático e deve ainda entrar em linha com a restante decoração, ainda que sobressaia enquanto luz de trabalho. Neste departamento, pode contar com os candeeiros de madeira Light It Be. Exclusivos e natura-friendly, manufaturados e fruto de produção sustentável, eles são pedaços de floresta, de vida exterior e selvagem que se levam para casa e iluminam o caminho e acendem a criatividade. Recordam ainda que com trabalho e dedicação tudo é possível e que com base na paixão por aquilo que se faz, basta uma boa ideia para chegar a um bom resultado, mesmo utilizando materiais a que ninguém presta atenção e reaproveitando outros que inevitavelmente se rornariam desperdício. Também isso é inspirador e promotor de bem-estar. Recicle a sua zona de trabalho, reinvente-a e remodele-a, sem comprometer a conceção geral da decoração da casa. Acima de tudo, ilumine-a bem e tenha em conta que o teletrabalho não é uma mera tendência ou contingência desta estranha época ‘mascarada’, mas antes uma urgência de novos tempos e diferentes formas de pensar o trabalho e a vida, que se prevê que continue. Uma realidade previsível no futuro, ainda que este seja absolutamente imprevisível.

Fotos – Light It Be e Pinterest

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